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Estudantes têm de pegar mototáxi
Estudantes têm de pegar mototáxi

Estudantes têm de pegar mototáxi para chegar a ponto de ônibus no Ceará

Em Palhano, no interior do Estado, secretária de educação aluga transporte para atender dois matriculados e paga pai de outros dois para levar o próprio filho

Renan Truffi - enviado a Mata de São João (BA) |

 

Ana Lima, secretária de educação de Palhano, cidade cearense a 127 quilômetros de Fortaleza, no CE), Ana Lima, cidade localizada a 127 km de Fortaleza, encontrou modos inusitados de resolver o problema de transporte de alguns alunos da rede municipal que ela gerencia desde 2009. É que quatro estudantes dos 1800 matriculados nas 10 escolas do município moram em assentamentos de difícil acesso e, consequentemente, distantes dos pontos de ônibus por onde passa o transporte escolar da cidade. Com pouca verba, a saída foi alugar um mototaxi que faz o trajeto da residência até o local onde os alunos pegam o ônibus ou mesmo pagar os próprios pais para levarem os filhos à escola.

Renan Tuffi/iG
Ana Lima, secretária municipal de Palhano, que usa criatividade no transporte escolar

“Uso o transporte de motoqueiro para levar para a escola. Essa é a solução que tem dentro do nosso orçamento. Tem um aluno que mora a três quilômetros da rota onde passa o transporte escolar. Tem uma lei que se o aluno mora a no mínimo três quilômetros tem que ter o transporte. Se eu coloco o transporte para fazer essa rota, ela (a empresa) vai me cobrar um valor determinado por quilômetro que é maior. Além disso, os outros alunos vão ter que fazer todo percurso com a Kombi cheia. O que eu faço? Mando o mototáxi pegar o aluno e deixar no ponto de ônibus. São dois do ensino fundamental e dois do ensino médio”, conta.

Essa é uma das histórias que Ana compartilhou com os outros cerca de mil secretários de educação no 14º Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação , que acontece entre em Mata de São João, na Bahia. Mas, esses não foi o único problema de transporte que ela teve resolver de com pouco orçamento. Ana conta também que tem dois casos de alunos, nas mesmas condições, mas que estudam no período noturno. A impossibilidade de mandar mototáxi  no horário fez com que ela começasse a pagar uma “ajuda de custo” para os pais dos estudantes com o comprometimento de que eles levassem os filhos.

“Os dois de ensino médio é o próprio pai que leva. Como é a noite, eu contrato o próprio pai. Em vez de pegar outra pessoa, chamei a família, negociei com a família, que concordou e recebeu uma ajuda financeira do municipio para fazer isso. Fizemos contrato”, explica.

"Jeitinho"

De acordo com Ana Lima, o município tem uma verba anual para a educação de R$ 3,6 milhões. A cidade não tem uma escola nova há muito tempo. A última foi construída apenas em 1987. “Tudo que a gente faz na educação é pensando no pedagógico do aluno. Por isso algumas coisas precisam ser feitas para que o pedagógico aconteça. Hoje o que é mais urgente em termos de orçamento é pagar o piso dos professores, está no valor do piso do ano passado ainda, que é R$ 1.184. O outro desafio é a estrutura física. Por exemplo, as escolas de educação infantil são escolas de ensino fundamental que a gente adaptou. Isso não é bom. Eu garanto matricula, mas a estrutura não é boa para o ensino infantil. Toda a estrutura é muito antiga. Você vem ao longo do tempo fazendo reforma, adaptações, mas não é uma estrutura nova, reformada, ampliada. Essa é uma realidade do Brasil inteiro”, critica.

Ainda que a estrutura não seja a mais adequada, a secretária comemora o fato de não ter registrado nenhuma evasão escolar entre os alunos do 1º ao 5º ano. “Posso dizer que tenho sorte. No ano passado, por exemplo, não tivemos nenhum evasão do do 1º ao 5º ano, mas tenho dois do 6º ano em diante. É uma realidade que o município do nosso porte já venceu porque a condicionalidade do Bolsa Família ajuda muito”, diz