O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou nesta quinta-feira (31) a criação de um grupo de inteligência – integrando Polícia Federal e secretarias de segurança pública do Rio de Janeiro e de São Paulo – para combater a violência e os atos de vandalismo nas manifestações.
São Paulo e Rio de Janeiro também pretendem propor alterações legislativas para, ao mesmo tempo, assegurar o direito à manifestação e evitar depredações e agressões.
A medida foi tomada após os recentes protestos que terminaram em depredação nas capitais dos dois Estados. Em São Paulo, esta semana, um grupo chegou a tomar a rodovia Fernão Dias e colocou fogo em caminhões e ônibus.
Cardozo afirmou que haverá um protocolo unificado de atuação das polícias e que o objetivo da medida é coibir abusos e garantir a realização das manifestações. Ele negou que o grupo de inteligência perseguirá movimentos sociais. "Não se trata de recrudescer sobre manifestantes, a manifestação é livre, vivemos num Estado Democrático de Direito", disse o ministro. "O que nós estamos falando é de situações ilícitas, de abusos", explicou Cardozo.
Ainda de acordo com o ministro, além da criação do grupo de inteligência e do protocolo unificado, serão criados grupos de discussão com Ministério Público, delegados e juristas para debater as manifestações e para elaborar propostas de mudanças na legislação.
Antes do anúncio, Cardozo havia se reunido com o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, e os secretários de segurança José Mariano Beltrame (RJ) e Fernando Grella (SP).
Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff cobrou que a Justiça e os órgãos responsáveis impeçam a ação violenta de manifestantes mascarados e considerou esses atos uma barbárie.
Com Reuters