Haitianos vivem a expectativa de conseguir emprego em Rondônia

A vinda dos haitianos a Rondônia para tentar uma vida melhor, é assunto de uma série exibida esta semana pelo Bom Dia Amazônia. Nesta quarta-feira (1) a terceira reportagem mostra que a necessidade de ajudar a família, que ficou no Haiti, faz com que aceitem trabalhar em qualquer função que possa garantir o sustento. Muitos dos que chegaram ainda vivem a expectativa de conseguir um trabalho com carteira assinada.

A expansão da construção civil no estado, em função das usinas hidrelétricas do Rio Madeira, é um dos principais atrativos para centenas de haitianos que têm chegado a Rondônia desde 2010. Muitos tiveram a sorte de ser rapidamente aproveitados nesse segmento, mas outros continuam em busca do tão sonhado emprego fixo. Os haitianos vivem o drama de exercer qualquer atividade profissional, e sem registro na carteira, para ter como se manter e honrar a promessa de ajudar a família que ficou no país de origem.  “Eu tenho meu filho, minha mulher tá lá porque eu fico aqui trabalhando para ajudar...”, conta Wilson Sudne, haitiano.

Mais de dois mil haitianos vivem atualmente em Rondônia, e grande parte deles enfrenta inúmeras barreiras para continuar no estado. Para um grupo de amigos, que chegou há pouco mais de quatro meses, em Porto Velho, o otimismo é visível. Apesar de nenhum do grupo ter conseguido emprego fixo, o trabalho provisório que cada um consegue é motivo de alegria.

Eles não desistem de buscar alternativas que possam ajudá-los a vencer os desafios de morar num outro país, onde a língua, a cultura e os costumes são diferentes. E quando questionados sobre o motivo de terem escolhido Rondônia para morar, a resposta é a mesma: ajudar a família.

De acordo com Gerard Sudne, trabalhador haitiano, não é preciso ganhar muito dinheiro para ajudar nas despesas mensais da família. “Eu necessito de 200 reais”, disse Gerard Sudne. A moeda do Haiti é o ‘gour’, um real equivale a 20 gour.  Num trabalho onde eles recebem R$ 50 por dia, em seis dias, por exemplo, são R$ 300, o que para os haitianos pode garantir o sustento da família.

A mão de obra dos haitianos tem agradado os empresários rondonienses. De acordo com Amaí Ferreira, empresário, a contratação é vantajosa para as duas partes. “Eu falo para os empresários sabe, quero melhorar a vida deles, dá condições melhores para as famílias”, disse Amaí Ferreira.