Idaron fica em alerta (Foto: Reprodução/TV RO)
A Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) está em alerta após registrar a morte de quatro animais infectados com raiva transmitida, possivelmente, por morcegos hematófagos, em Jaru e Mirante da Serra. Em abril deste ano, nove animais morreram em uma propriedade rural de Porto Velho, na linha 32, distante 30 quilômetros da capital. A doença não tem cura, segundo a Idaron.
Ney Carlos Dias de Azevedo, coordenador do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros, explica que devido a presença constante de morcego hematófago – aquele que se alimenta de sangue – não há como erradicar a raiva nas áreas rurais de Rondônia. “A única forma é a prevenção. Mesmo não sendo obrigatória, a vacinação é recomendada devido a população de morcegos hematófagos no estado”, diz Azevedo.
No estado, existem cerca de 12 milhões de cabeças de gado, mas apenas no município de Costa Marques a vacinação contra raiva em herbívoros é obrigatória desde 2007. “Nos outros municípios a situação é controlada, mas sempre acontecem registros de contaminação”, diz.
O coordenador ressalta que a Idaron estimula a vacinação dos animais e a declaração ao órgão para que haja o controle das áreas de risco. “Após a contaminação de um animal, todas as propriedades numa margem de 12 quilômetros são obrigadas a vacinar o rebanho”, afirma Azevedo que ressalta que os primeiros sintomas aparecem de três a 12 semanas após a contaminação do animal.
Segundo a Idaron, durante a investigação de um caso suspeito, o veterinário do órgão vai à propriedade para analisar o animal, mas a confirmação só pode ser feita após a morte. "A análise é feita no cérebro do exemplar infectado com a doença. Além da inspeção no rebanho, também é avaliada a comunidade de morcegos hematófagos nas proximidades da propriedade rural", explica. Para fazer a verificação, técnicos preparam armadilhas de captura dos morcegos.
A raiva é uma doença que gera prejuízos apenas para o produtor rural, segundo Azevedo. A transmissão acontece através da saliva ou do sangue do animal. “O bovino é um hospedeiro final. Não há transmissão para o ser humano, a não ser acidental na hora em que acontece a manipulação”, garante o coordenador. As pessoas que manipulam ou têm contato com os animais devem ser vacinadas pelo menos uma vez ao ano.