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sexta-feira, 5 de julho de 2013 Felipe Corona Da equipe Rondônia Vip
“Confúcio Moura e suas irmãs receberam mais de R$ 1 milhão em propinas”, disse Hermínio Coelho
Em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (05), na sede do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário de Rondônia (Sinjur), o presidente afastado da Assembleia Legislativa de Rondônia, Hermínio Coelho (PSD), se defendeu mais uma vez das acusações de participar dos esquemas envolvendo empresários, vereadores e outros deputados estaduais que foram alvo da ação da operação Apocalipse, deflagrada ontem. Hermínio mais uma vez disse desconhecer os motivos do seu afastamento do cargo e da prisão de seu filho, Roberto Coelho, de 25 anos. “Até agora, não apresentaram o processo para meu advogado Nelson Canedo.
Ele procura, mas ninguém sabe onde está. O Ministério Público foi contra meu afastamento, tem até parecer, mas ninguém localiza. Outra: meu filho não é criminoso. É um menino humilde, que mora na zona Norte de Porto Velho. Não localizaram nenhuma prova contra ele, mas o prenderam. Se ele for criminoso, ele me engana muito bem, porquê o conheço desde quando nasceu”, falou ele.
Em seguida, Hermínio mostrou cópias de comprovantes de depósitos e cheques, que segundo ele, motivaram a licença do governador Confúcio Moura na véspera da deflagração da Operação Apocalipse. Todo o material foi entregue pelo presidente da ALE ao Ministério Público. Nos meses de outubro e dezembro de 2010, pelo menos 60 mil reais foram depositados na conta de Cláudia Moura, irmã do governador. Hermínio falou que um empresário do ramo de software (programas para computadores) tinha dito a ele que seria propina por conta de um contrato com o governo Estadual.
Quem também recebeu propina, de acordo com o presidente afastado da Assembleia, foi Francisco de Assis, cunhado de Confúcio, marido de Cláudia Moura e ex-coordenador de campanha ao governo do Estado. Assis teria recebido 37 mil reais em dois depósitos feitos em outubro de 2010 e fevereiro de 2011 que seria a promessa de um contrato para venda de móveis de escritório para o governo do Estado. O total da propina seria de R$ 194.600,00.
Outro fato exposto por Hermínio foram os cheques dados pela empresa de empréstimos MultiMargem que seriam na faixa de R$ 808.000,00. No total, o esquema de propinas teria movimentado mais de R$ 1.100.000,00 (Um milhão e cem mil reais). “Toda essa rede de corrupção tinha o conhecimento do governador Confúcio. Acredito que ele também tenha envolvimento direto nessa roubalheira”, falou ele.
Fantasmas
Hermínio Coelho também falou sobre funcionários fantasmas no governo do Estado. Ele mostrou uma página do Diário Oficial do Estado, do dia 06 de junho deste ano, onde há a nomeação de vários cargos e que os ocupantes deles seriam fantasmas. Dois exemplos citados foram a ex-prefeita de Costa Marques, Jaqueline Mesquita, nomeada com um CDS-16 (salário de R$ 4.900) e Suelen Holanda, mulher do ex-prefeito de Alvorada do Oeste, Laerte Gomes. Ela foi nomeada com um CDS-18 (salário de R$ 6.900). “Só nesse dia foram nomeados 748 pessoas, todas cabos eleitorais. Isso já é um acerto para 2014, ou seja, a tentativa de reeleição do governador Confúcio Moura”.
O presidente afastado da Assembleia também falou sobre o possível envolvimento de 12 pessoas nomeadas em seu gabinete e que teriam envolvimento direto com os acusados presos ontem. “Dessas 12, duas já foram exoneradas há muito tempo. Mas já pedi para o presidente em exercício, Maurão de Carvalho para exonerar todas que tiverem sido citadas no inquérito. Se forem inocentes, voltam para seus empregos”, encerrou Hermínio.
Fonte: RONDONIAVIP
fonte: rondoniavip Visualizar Impressão