Cerca de 200 índios participam do movimento considerado pacífico. Um dos índios que participam do movimento de paralisação da EFVM, Douglas Krenak, afirmou que até o momento nada foi feito para amenizar os transtornos causados pela poluição do rio Doce.
“O Rio Doce é uma entidade Sagrada pra nós, é mais do que água, faz parte da nossa espiritualidade, é nossa subsistência com caça, pesca e ervas como a cidreira muito utilizada por nós em nossos chás e rituais. Estamos a mercê do descaso dessas empresas que acabaram com a nossa cultura”, lamentou Douglas..
Os índios disseram que há uma decisão judicial determinando que eles deixem o local em até cinco dias. Mas eles disseram que vão permanecer na estrada até que algum representante da Samarco Mineiradora compareça no local. Os indígenas cobram água mineral, caminhões pipa e a recuperação do rio Doce de flora, que segundo eles, são utilizados para a pesca e caça, respectivamente.
Por meio de nota a Vale informou que com a ocupação, as operações de carga e de passageiros estão paralisadas por tempo indeterminado e está prejudicado o apoio à distribuição de água para outras comunidades ao longo da EFVM.
A respeito do apoio solicitado pelos índios para acesso à água potável, em decorrência do acidente ocorrido nas barragens de rejeitos de Fundamento e Santarém em Mariana (MG), a Samarco informou que além do caminhão pipa com 18 mil litros já entregue neste domingo (15), enviará nesta segunda-feira (16) novo caminhão pipa, além de 3 mil litros de água mineral e 140 caixas d'água.
“Cabe ressaltar que a Vale, como acionista da Samarco juntamente com a BHP Billiton, tem atuado ativamente nas ações para garantir a integridade das famílias afetadas pela acidente do dia 5 de novembro. Como vem fazendo há cerca de dez anos, a Vale reitera seu compromisso em se relacionar com o Povo Krenak de modo transparente e participativo, mantendo uma relação construtiva, respeitando suas características próprias e a legislação vigente”, disse a Vale por meio de nota
A empresa, no entanto, afirmou que “repudia quaisquer manifestações violentas que coloquem em risco seus empregados, passageiros, suas operações e que firam o Estado Democrático de Direito e ratifica que obstruir ferrovia é crime”.
Trem de Passageiros da EFVM
Os passageiros que já haviam adquirido seus bilhetes poderão se dirigir às estações ao longo do trecho para remarcar sua passagem ou solicitar reembolso no prazo de 30 dias. Mais informações podem ser obtidas pelo Alô Ferrovias (0800 285 7000), canal de atendimento gratuito mantido pela empresa.
“A Vale lamenta o ocorrido e informa que já está tomando as medidas necessárias para liberar o trafego ferroviário o quanto antes e garantir o embarque dos passageiros que estão com viagens agendadas para os próximos dias”.