Erika afirma que não acha justo o reajuste no valor da tarifa cobrada (Foto: Jonatas Boni/G1)A conta de água vai ficar mais cara em Vilhena (RO), a partir de junho. A tarifa será reajustada em 20%, conforme audiência pública realizada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). De acordo com o presidente do órgão Josafá Bezerra, o reajuste aconteceu após a instituição realizar um estudo que detectou o desperdício de água acima da média brasileira.
“A Organização das Nações Unidas (ONU) diz que cada pessoa precisaria apenas de 200 litros diários para viver, mas em Vilhena eles consomem 600 litros”, revela o presidente do Saae. Como a maioria das residências do município não possuem hidrômetros, Bezerra acredita que esse fator influência no desperdício da água. O órgão possui 24.569 unidades consumidoras cadastradas, mas apenas 22.762 estão em funcionamento.
O último reajuste que o Saae realizou foi no ano de 2007. “Na época tínhamos 24 poços abastecendo a cidade. Hoje temos 34, ou seja, os custos aumentaram. Com a arrecadação, a partir de julho vamos pensar em ampliar nossa estrutura para continuar prestando serviço à sociedade”, declara Josafá.
Ao saber do reajuste, teve consumidor que não gostou da decisão. É o caso da dona de casa Érika Rayane, de 17 anos. De acordo com a jovem, a nova tarifa vai comprometer a renda familiar. “Não acho justo, água é uma coisa que todos precisam. Imagina para quem não tem dinheiro? Vai mudar completamente o orçamento da família”, acredita.
A dona de casa Lourdes Maria de Castro não estava sabendo do reajuste na tarifa de água, mas, para ela, o aumento não vai prejudicar no orçamento da família. “Hoje em dia pagamos de R$ 20 a 30 R$ por mês. Se passar disto vamos fazer o que? Teremos que pagar. Prefiro ficar sem energia do que sem água”, declara Lourdes.
De acordo com o presidente do Saae, se o órgão fosse seguir o resultado do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), o reajuste da água seria de 46% e não 20%. “De 2007 pra cá o salário aumentou em mais de 90%, assim como a conta de energia que teve vários reajustes”, explica Bezerra.